o atual estado da união


Ou: o que tem sobrado de mim até aqui

O que tem sobrado de mim até aqui? Quase nada. Os dias tem passado de formas estranhas e confusas e eu mal consigo acompanhá-los. São dias em que a melancolia serve como maior companheira de momentos de infinito silêncio. Minha cabeça está a mil na maior parte do tempo e meu corpo não consegue acompanhar sem ceder à exaustão. São dias em que me pego com preguiça da vida. Preguiça de ser.

Eu tenho procurado me abrir mais para certas questões como, por exemplo, a minha saúde mental. Nada aqui funciona. Nada aqui está bom. A depressão, na maior parte do tempo, faz com que eu sinta que estou me afogando em mim mesma em um mar sem um único sinal por socorro. Eu não me reconheço mais. Não reconheço os meus atos, minha fala, não reconheço meus próprios pensamentos turbulentos que não fazem sentido algum.

Lidar com a depressão nos últimos dias tem sido como lidar com uma visita repentina e incômoda. Você não sabe por que ela veio e não faz ideia de quando ela vai embora. Você tenta todos os meios. Se diz cansado, atarefado, põe a vassoura atrás da porta, mas ela insiste. Bebe mais um cafezinho, pede mais biscoitos, espera a hora do jantar e, por fim, resolve dormir na sua casa. Esta é a minha ideia de como a depressão vem me corroendo por dentro. Ela toma o melhor de mim, bagunça-o e me devolve tudo isso em cacos difíceis demais de organizar. Tem sido um tempo difícil.

Meus novos hábitos tem me incomodado. Me segurar na cama tem sido um refúgio, comunicação direta tem sido um pavor. O coração bate mais rápido, o ar some e, então, me sinto completamente vazia. Uma página em branco em que nenhuma história vale a pena ser escrita.

Mas aí, Deus entra nesta tempestade que nunca dá aviso prévio. E isto me acalma. Porque eu sei, mesmo que eu me pegue em momentos de dúvida, eu sei que isso tudo um dia vai fazer sentido. Eu ainda creio, mesmo em meio a tanta dor, que a solução vem para que a glória dEle seja manifesta.

Não vou negar que há dias que eu me pergunto o porquê. Me pergunto por que eu ou por que agora ou simplesmente como. São perguntas que têm respostas que vão muito além de mim ou da minha vã filosofia. Mas sei que Ele ainda se importa com os meus pedaços espalhados por todos os cantos e espaços. Eu ainda tenho a esperança de que um dia estes caquinhos estarão juntos e inteiros. Não sei quando ou como, mas sei que estarão.

i've been thinking...



Basicamente, eu estou sempre pensando. Não que pensar seja ruim, não que pensar seja bom. Acredito, obviamente, que a atribuição de bom ou ruim dependa do que estou pensando. Well, eu não faço a menor ideia de como atribuir.
Na maioria das vezes, tenho pensado (ou me preocupado) em não ter uma vida pequena. Sei o quão valiosa é a minha vida, e agradeço sempre por isso, mas... Será que não tenho deixado o medo me impedir de viver a vida que mereço? E é exatamente nisso que tenho pensado. 
Thoreau disse que devemos sugar o tutano da vida. Essa frase faz com que eu me interrogue sempre sobre como estou buscando o tutano, a parte mais completa possível da vida. E me descubro, na maioria das vezes, paralisada pelo medo. Não um medo passageiro, mas um medo que me leva a ficar envolta em uma névoa de dúvidas. E são exatamente estas dúvidas que me paralisam.
A vida é sobre fazer escolhas, correr riscos, e eu tenho plena consciência sobre isso. Mas ainda assim... Ele. O medo me paralisa. O medo, percebo, faz com que eu sinta que vivo uma vida pequena. Talvez por correr menos riscos do que eu deveria, talvez por correr riscos demais? It's so confusing I wanna cry.
Anyways, aqui estou reconhecendo que o medo tem sido a minha maior trava para viver realmente o que quero. Ou, pelo menos, tentar descobrir o que quero. 
Eu tenho pensado... Ainda bem que tenho pensado.

JOAN DIDION, FRUSTRAÇÃO E OUTRAS PALAVRAS

Título sugestivo. Vou tentar fazer jus a isto.

Eu me formo em duas semanas, não tenho emprego, não consigo mais me concentrar nos livros para a prova do mestrado e tenho certeza que terei uma síncope ao terminar de escrever essas palavras.

Eu nunca tive muita certeza de quem ou o que eu gostaria de ser ou me tornar quando crescesse. A vaga lembrança que tenho é que eu gostaria de ser grande. Não em altura porque já tenho 1,75m, mas como pessoa. E isso estava extremamente adormecido em mim até eu assistir ao documentário sobre a Joan Didion na Netflix e eu pensar: "okay quero ser". Joan foi uma das mentes mais importantes dos Estados Unidos em ensaios e Outras Coisas sobre a vida e comportamento norte-americanos e eu penso que poderia ser sobre a vida e o comportamento brasileiros, mas o que acontece é que eu não consigo passar nem da vigésima página do último livro que eu preciso ler para a prova que é daqui a um mês. I mean, como ser grande com essa carga emocional gritante de cansaço e exaustão?

Eu pensei que o final da graduação me traria um fardo mais leve e gostoso de carregar, mas só me traz ansiedade, desespero e outras drogas. Não sendo ingrata sobre tudo o que conquistei até o momento, mas me ver "formada" e sem um empreguinho à vista faz com que eu me sinta um pouco menor do que sou. De verdade.

E eu estou afogada nas minhas próprias frustrações que eu já nem sei se são válidas, mas eu me sinto completamente sem perspectiva. A verdade é que saí de uma carga gigante que foi a graduação e mal consegui recuperar as forças e já estou nessa carga gigante que é estudar para uma pra que, no momento, já não sei se é a minha praia. E eu já fiz a inscrição. E eu já paguei a inscrição. E existe uma manada de gente contando com o meu sucesso e esperando altas coisas de mim e eu sigo sendo essa poeirinha insuficiente e acabada e desgastada.

Talvez seja apenas drama, talvez seja apenas cansaço, talvez seja a TPM, talvez seja a depressão... Talvez, talvez, talvez...

São muitos questionamentos, muitas dúvidas, muito medo e eu não faço a menor ideia do que fazer sobre tudo isso. Eu não quero decepcionar ninguém (principalmente a pessoa Gabriela), mas eu me sinto desgastada física e emocionalmente.

Como ser Joan Didion assim? Como ser alguém grande assim? Eu simplesmente não sei, estou em busca de respostas, mas tudo o que eu encontro é um gigante e imenso vácuo que me consome de dentro para fora. Talvez seja um buraco negro: alo desconhecido, assustador e que todo mundo fala sobre, mas ninguém entende de verdade.

Afinal, como ser eu assim?


OBLIVION

Ou: as desvantagens em não esquecer facilmente.



Tenho vagas lembranças daquele verão.
O calor, a brisa do final da tarde, o pôr do sol.
E ele.
Se eu falasse que tenho vagas lembranças dele, estaria mentindo.
Eu lembro.
Das suas roupas.
Seu anéis.
Sua voz.
Eu lembro de cada palavra em diálogos tão rápidos e curtos.
Eu lembro da sua respiração tão próxima à minha de maneira que me fazia ficar sem ar.
Eu lembro de seus olhos. Uma tempestade castanha que eu não vi chegar.
Neruda disse "tão curto o amor, tão longo o esquecimento". Com toda licença, Neruda, mas tão curto o amor, tão inexistente o esquecimento.
Em dias como esse, em que o sol dança sobre mim e cria caminho junto ao meu, eu poderia tê-lo.
O silêncio, a voz.
A rapidez, a demora lânguida.
Me pergunto como ele pensa sobre aquele verão. Na verdade, há em mim a esperança de que ele não o esqueceu.
Mas parte de mim entende que sobre o verão há apenas lembranças minhas.
Estas que luto para esquecer, mas, ah, a dor deliciosa ao lembrar cada momento, cada toque, cada olhar.
Espero que ele lembre.
Espero que eu, finalmente, esqueça.

APRENDENDO A AMAR PROCESSOS

Ou como tenho aprendido a me amar.

Quem me conhece de perto, sabe que há muito tempo eu vivo lidando e lidando com a ansiedade e a deprezinha (não daremos a ela o valor da sílaba "ão). E quem me conhece sabe, também, a bagunça que eu sou em 70% do tempo. Isso demanda muito amor e paciência:: deles comigo e minha comigo. Até porque sou eu quem lido comigo mesma 100000% do tempo.

Mas, enfim, FOCO! Onde eu quero chegar? Eu comecei a amar os meus processos entre tempestades e bonança. Eu ouvi em algum lugar que a felicidade é ou intervalo entre duas tristezas. Ou a tristeza é o intervalo entre duas felicidades. Depende de qual lados estamos olhando. Pois bem. Entre todos estes intervalos, nós temos processos. Processos de cura, processos de cuidado, processos da raiva e da angústia. Processos de tratamento de ansiedades e deprês. E eu estou aprendendo a amá-los. Não digo que estou plenamente satisfeita em lidar com eles. Calma. Eu preciso crescer muuuuito ainda. Muito. Mas estou aprendendo a amar estes processos.

Como? Não sei. Não são processos fáceis. São dolorosos, com muito choro, muito aperto no coração, mas esse é o caminho entre quem sou e quem possivelmente posso/quero me tornar. Como não amar processos?

O amor dói. Acredito que nesta etapa da vida todos nós sabemos como o amor dói. Mas este amor ama. E amar a si mesmo é uma tarefa ainda mais dolorida. Isto implica: 1) se amar acima dos seus defeitos. Afinal, quem não os tem? 2) ser gentil consigo mesmo. Afinal, se vocês não for, quem será? 3) se permitir curar no seu próprio tempo.

Estas três etapas parecem simples, mas são tão difíceis de serem colocadas em prática... Acredito que o quão fácil eu sou para amar os outros, eu tenho de dificuldade de me amar. Não digo por atributos físicos, até porque eu sou um pitelzinho, mas me ama com toda a complexidade que eu carrego: a minha teimosia, a insegurança, o medo de falhar, o egoísmo, e a lista poderia continuar... Mas eu preciso me amar. E isso só ocorre durante processos. Processos estes que são dificultosos, árduos, terríveis, mas que eu aprendi a amar.

Enfim, eu comecei a escrever este #desabafo sobre uma coisa e a minha poesia me levou para outros caminhos. Bom, that's how we roll.

Gostaria de deixar aqui as considerações finais: ame-se e ame o processo que tem feito com que você seja quem você é hoje. Acredite, esses processos são preciosos. Nem sempre nós iremos entender o porquê de estarmos no meio dessa bagunça toda, mas precisamos passar por ela, vivê-la, entendê-la e aceitá-la.

Bom, é isto. Desabafo feito. Rotina de escrita renovada com sucesso.

A AUTOESTIMA FEMININA E A BUSCA (EXAUSTIVA) PELA VALIDAÇÃO MASCULINA



Olá! Faz tempo que não apareço, né, moçada? Mas vida é isso: um dia a gente perde e no outro a gente não ganha. Risos.

Começo o post dizendo que não há qualquer tipo de ódio aos homens ou sei lá o que vocês acham, mas apenas constatações de fatos e empirismo. Ficou interessada (o)? Segue o fluxo.

Estou na reta final do meu tcc (sobre a poesia afro-feminina) e reparei uma constante muito... constante???

COMO A VIDA FEMININA É REGIDA PELO QUERER E VALIDAÇÃO MASCULINOS

Vamos por partes, ok? Bom, se as mulheres obtiveram o direito ao voto isso foi porque... um homem foi caridoso à causa das mulheres, certo? Se as mulheres conseguiram ingressar em escolas e universidades, conquistaram o direito a saber ler e escrever foi porque... um homem achou ok dar estes direitos às mulheres. Se uma mulher não é assediada é, obviamente, porque um homem não quis assediá-la. Percebe como tudo isso se entrelaça às nossas vivências como mulheres?
Se uma mulher se casa, foi porque um homem a "escolheu"? Se uma mulher, se uma mulher, se uma mulher... Compreende o meu ponto?

E aí eu vou pra questão empírica e prática: quantas de nós não tem o humor totalmente transtornado quando o nosso boyzinho não responde às mensagens? Pode levantar a mão porque eu sei que você já passou por isso. Quantas de nós não questiona se vamos ficar pra titia quando os caras não comparecem? Quantas de nós não coloca a beleza e todo o potencial em dúvida quando um cara prefere as nossas amigas a nós? Garotas, vocês estão me compreendendo? A situação é CRÍTICA.

Agora eu vou me expor um pouquinho hehehe. Faz um tempo desde que tento me educar a não depender da validação de um (ou 98498472) rapaz sobre quem eu sou. Caramba! Sou uma princesa linda demais, perfeita aos olhos do pai. RESPEITO, GENTE! Enfim, venho tentando levar as coisas de maneira mais calma e tranquila. Acontece que eu me traí. Caí na mesma armadilha da qual eu estava sendo capaz de fugir por muito, muito tempo: questionei o meu valor quando o #cara não respondeu a minha mensagem. "Será que falei demais? Disse alguma coisa errada? Será que sou maluca e obcecada?". Vê o que aconteceu? Eu traí todo o caminho que eu tinha percorrido durante todo este tempo. Eu estava, na verdade, tentando ser alguém que não sou e espero nunca ser pra agradar um homem que não tem bulhofas a ver com as minhas contas. Poderia ser meu namoradinho? Quem sabe, né? Ele é lindo, mas a ideia e presença dele não podem anular a pessoa que sou de verdade. 

E aí eu entro nas sábias palavras de Taylor Swift "got a long list of ex lovers, they'll they you I'm insane". Mas... peraí. Eu sou mesmo maluca ou eu deixei que a minha ideia da ideia deles me rotulasse assim? E se sou maluca, qual o problema disso? Nenhum. A partir do momento que eu seja maluca por livre e espontânea vontade. Não por medo, não por aflição, não por ideias de terceiros.

E onde a nossa autoestima entra nisso, Gabi? Em todos os lugares possíveis! Eu começo a questionar se o meu corpo é bonito o bastante, se o meu cabelo é perfeito, se eu sou suficiente... Mas peraí, bebê, o Rei dos reis me criou e eu coloco tudo isso em dúvida por causa da opinião de um cara que daqui a dois meses pode ser mais um ninguém na minha vida? Que papo é esse, Gabriela?

Onde eu quero chegar? SEJA DOIDA! Mas seja doida por você! SEJA SENSÍVEL E FRÁGIL! Mas seja porque você se sente melhor assim. SEJA MANÍACA E POSSESSIVA! Mas pelo seu amor próprio e a sua vontade de conquistar o mundo.

Friso aqui que meu objetivo não é criar repulsa sobre os homens ou ódio a eles. Jamais. Eu os amo demais para fazer isso. Meu objetivo aqui é que nós devemos ser nós mesmas para nós e para Deus. Se você não for você, quem será? Quem vai ocupar esse templão do Espírito Santo por ti, guriaaaaaaaa?

Ame-se! Cuide-se! Seja quem você quiser ser porque você pode!

Opinião nenhuma deve te frear ou te rotular a ser algo que você não deseja.

Vamos juntas?

PASSOS DE AMOR PARA SEMPRE (ou um textão sobre as coisas até aqui)

Em todos os caminhos onde os passos não são de amor, algo está fadado a dar errado.

Essa frase incrível surgiu na minha cabecinha enquanto eu lavava a louça hoje. Eu passei por uns bons bocados durante 2018 e, na maioria das vezes, onde esses bocadinhos davam errado por minha culpa eles, basicamente, davam errado por eu ter dado passos sem amor e eu posso provar!
Bom, não vou detalhar todas as coisas horríveis que aconteceram, mas pra quem lê esse blog quase jogado aos cães sabe que o último post foi em meio a muita dor e amargura. Por quê? Porque os meus passos não foram dados em amor. Na verdade, em 2018, alguns muitos passos meus foram fora do amor e TCHARAM eu quebrei a cara. É isto.

Mas eu mantenho essa esperança: a gente precisa da chuva para florescer. E eu descobri que gosto da chuva algumas vezes. Descobri que eu amo passar por processos. Sejam eles bons, sejam eles maus. Eu aprendi a gostar deles. De maneira meio ansiosa, talvez. Em todo processo que eu me encontro eu olho esperançosamente para o que virá depois dele. Acho que boa parte dos choros até aqui tinham um pouco de esperança lá no fundinho. De verdade. Aprendi a aprender a gostar dos processos.

Nada nunca é fácil demais. Passei por um período muito difícil na faculdade, em círculos sociais e, principalmente, comigo mesma. Claro, né, leitores? Eu gosto de grandes conflitos. Faz parte de um lado trágico da minha natureza. Mas olha só: os sorrisos apareceram de volta. Eu estou rumando a novos momentos dessa coisa doida chamada vida e estou esperançosa. Claro que, ansiosamente, eu ainda tenho medo dos momentos ruins que virão. Eles sempre vêm. Mas eu sei que eu preciso desses processos.

Aos poucos tenho aprendido a amar coisas que eu sempre odiei em mim e mais aos pouquinhos ainda eu tenho aprendido que eu sou assim e preciso ser eu. Quem mais seria? E tá tudo bem ser imperfeita. Para alguém que se cobra tanto, essa é uma frase quase impossível de sair dessa boquinha que vos fala (mesmo que estejamos lidando com textos aqui hehe). Mas tá tudo bem não ser perfeita. Tá tudo bem ter um monte de defeitos e viver assim. Tá tudo bem!

E o coração? rsrsrsrsrsrs Eu passei por um *choque* sobre um paquerinha de muito tempo nesse fim de semana e cheguei à conclusão que esse coraçãozinho precisa de férias. Férias reais. Ter romancinhos é tudo de bom, mas agora a gente precisa de calma. Mesmo eu sabendo que tudo isso é da boca pra fora, vamos fingir, né? Não dou dois meses para ter alguém me inspirando a poesias às três da manhã. Espero ansiosamente por isso!

Até aqui, tudo está bem. Aos poucos a bagunça vai tomando ordem e aos poucos eu vou me acostumando com todas essas confusões que eu chamo de Vida.

O verão está chegando, as férias estão aqui e eu mal posso esperar pelo que me espera! 

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