o atual estado da união

07:11


Ou: o que tem sobrado de mim até aqui

O que tem sobrado de mim até aqui? Quase nada. Os dias tem passado de formas estranhas e confusas e eu mal consigo acompanhá-los. São dias em que a melancolia serve como maior companheira de momentos de infinito silêncio. Minha cabeça está a mil na maior parte do tempo e meu corpo não consegue acompanhar sem ceder à exaustão. São dias em que me pego com preguiça da vida. Preguiça de ser.

Eu tenho procurado me abrir mais para certas questões como, por exemplo, a minha saúde mental. Nada aqui funciona. Nada aqui está bom. A depressão, na maior parte do tempo, faz com que eu sinta que estou me afogando em mim mesma em um mar sem um único sinal por socorro. Eu não me reconheço mais. Não reconheço os meus atos, minha fala, não reconheço meus próprios pensamentos turbulentos que não fazem sentido algum.

Lidar com a depressão nos últimos dias tem sido como lidar com uma visita repentina e incômoda. Você não sabe por que ela veio e não faz ideia de quando ela vai embora. Você tenta todos os meios. Se diz cansado, atarefado, põe a vassoura atrás da porta, mas ela insiste. Bebe mais um cafezinho, pede mais biscoitos, espera a hora do jantar e, por fim, resolve dormir na sua casa. Esta é a minha ideia de como a depressão vem me corroendo por dentro. Ela toma o melhor de mim, bagunça-o e me devolve tudo isso em cacos difíceis demais de organizar. Tem sido um tempo difícil.

Meus novos hábitos tem me incomodado. Me segurar na cama tem sido um refúgio, comunicação direta tem sido um pavor. O coração bate mais rápido, o ar some e, então, me sinto completamente vazia. Uma página em branco em que nenhuma história vale a pena ser escrita.

Mas aí, Deus entra nesta tempestade que nunca dá aviso prévio. E isto me acalma. Porque eu sei, mesmo que eu me pegue em momentos de dúvida, eu sei que isso tudo um dia vai fazer sentido. Eu ainda creio, mesmo em meio a tanta dor, que a solução vem para que a glória dEle seja manifesta.

Não vou negar que há dias que eu me pergunto o porquê. Me pergunto por que eu ou por que agora ou simplesmente como. São perguntas que têm respostas que vão muito além de mim ou da minha vã filosofia. Mas sei que Ele ainda se importa com os meus pedaços espalhados por todos os cantos e espaços. Eu ainda tenho a esperança de que um dia estes caquinhos estarão juntos e inteiros. Não sei quando ou como, mas sei que estarão.

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