OS DIAS ATÉ AGORA

06:06

Há dias melhores que os outros. E, seguindo essa lógica, há dias piores que os outros. Há dias em que eu me encontro no meio do mar revolto em um bote vazio e frágil sem a esperança de que um navio mercante apareça no horizonte como chance de resgate. Há dias em que eu me sinto confortada por um abraço maior do que eu. Confortada pelas palavras, pelos sons, pelo vento morno do meio da primavera. Há dias e dias.

O que eu não entendia ainda --ou me forçava a não entender-- é que todos esses dias são dEle. Estêvão Queiroga tem uma música chamada A Partida e O Norte onde ele diz que "os dias mais sombrios também são Teus". E essa letra passeia pela minha cabeça sempre que me encontro no mar revolto. Entender que os dias maus são feitos pelo meu Pai me conforta. Porque, de certa forma, eu sei que estou passando por eles porque eu preciso passar por eles.

Mas me liberta saber que os dias bons também são dEle. Saber que tenho alegria plena num Salvador me faz ver que quando Ele dizia sobre ter vida em abundância Ele falava sério. E eu ainda, pequena, me questionava sobre a vida em abundância.

Os dias bons e maus me ajudam a perceber o meu propósito. Quantas vezes eu não precisei curar as mesmas feridas que eu tinha nos outros? Quantas vezes eu não precisei sangrar em silêncio para confortar em alta voz? Inúmeras vezes e sigo assim. 

Os dias bons e os maus têm me ensinado que a vida que eu vivo não é só minha. Ela é dEle e pelos outros. Eu ainda não sei onde Ele quer me levar ou o que Ele quer fazer com toda essa bagagem de aprendizado que eu venho coletado nos últimos anos, mas eu sei que Ele vai me levar para lá em segurança. Ele não me deixaria ir aonde Ele ainda não foi. 

A questão é que eu preciso saber lidar com a certeza de que todos os dias --bons e ruins-- são dEle e para Ele. 

QUE TAL ESSES AQUI?

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